Histórias da Medicina Portuguesa

No termo de uma vida de trabalho, todos temos histórias a contar. Vamos também aprendendo a ler a História de um modo pessoal. Este blogue pretende viver um pouco da minha experiência e muito dos nomes grandes que todos conhecemos. Nos pequenos textos que apresento, a investigação é superficial e as generalizações poderão ser todas discutidas. A ambição é limitada. Pretendo apenas entreter colegas despreocupados e (quem sabe?) despertar o interesse pela pesquisa mais aprofundada das questões que afloro.
Espero não estar a dar início a um projecto unipessoal. As portas de Histórias da Medicina estão abertas a todos os colegas que queiram colaborar com críticas, comentários ou artigos, venham eles da vivência de cada um ou das reflexões sobre as leituras que fizeram.

sexta-feira, 10 de junho de 2016


IMHOTEP

Imhotep, “aquele que vem em paz”, viveu no Egito, no século XXVII a.C. e desempenhou altos cargos administrativos e religiosos ao serviço do faraó Djoser. Foi contemporâneo dos médicos Hesy-Ra e Merit-Ptah, mas ofuscou-os em fama e conhecimento.


Divinizado após a morte, foi cultuado em Mênfis. O local da sua sepultura permanece desconhecido. Há escritos gregos que o associam a Asclepius.
Imhotep não se dedicou apenas à governação e à medicina. Terá sido o arquiteto de Saqqara, a primeira grande pirâmide do Egito, última morada do rei Djoser. Anteriormente, os faraós eram enterrados em mastabas, muito menos elevadas. Essencialmente, uma pirâmide é uma sobreposição de mastabas de dimensões decrescentes.


Imhotep foi também o patrono dos escribas.
Conhecem-se os seus múltiplos cargos e honrarias, mas pouco se sabe sobre a sua vida e a sua personalidade. São numerosas as estátuas que o representam e variadas as interpretações dadas à sua figura. Foi retratado como um homem comum, como sacerdote de cabeça rapada, como sábio acompanhado por um rolo de papiro e também como um deus, em estatuetas em que se apresenta de pé, com barba, empunhando os atributos da divindade. 


A figura de Imhotep, como médico, pertence mais ao domínio da lenda do que ao da história. Tornou-se indissociável do papiro de Edwin Smith, ainda que o único exemplar conhecido do documento tenha sido escrito aproximadamente mil anos após a sua morte. Supõe-se que se trata de uma cópia de textos mais antigos, redigida, pelo menos, por três escribas diferentes. Por outro lado, o facto de se tratar de um trabalho objetivo e não imbuído de magia, tende a dissociá-lo da figura de Imohtep, um sumo-sacerdote do Deus Rá, naturalmente afeto a cultos mágicos. 
Falarei com algum pormenor do papiro de Smith, no próximo artigo deste blogue.

Fontes: Deuses e demónios da Medicina, de Fernando Namora, Wikipedia. 


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